sexta-feira, dezembro 21, 2007

Veredas



Nada sei dos caminhos da água,
e da sede da terra lambo o pó,
as ervas secas
que levantam os meus passos.

Nada sei das veredas da planície
que se cruzam,
quando o Sol bate meio-dia.

Sei que nas areias, mortas, do deserto
só o vento
vem fazer-me companhia,
e que, na longa jornada,
um fio de água
me desperta a alegria.

Frecura fugidia,
quase nada...

Manuel Filipe, in "Tempo de Cinza", pág.32, Apenas Livros

Foto:Oleg Seleznev

1 comentário:

peciscas disse...

Deixo-te aqui, quase nada: apenas um beijinho carinhoso, com votos de um Natal com Paz.