terça-feira, dezembro 25, 2007

Natal



Natal

Neste caminho cortado
Entre pureza e pecado
Que chamo vida,
Nesta vertigem de altura
Que me absorve e depura
De tanta queda caída,
É que Tu nasces ainda
Como nasceste
Do ventre da Tua mãe.
Bendita a Tua candura.
Bendita a minha também.

Mas se me perco e Te perco,
Quando me afogo no esterco
Do meu destino cumprido,
À hora em que Te rejeito
E sangra e dói no Teu peito
A chaga de eu ter esquecido,
É que Tu jazes por mim
Como jazeste
No colo da Tua mãe.
Bendita a Tua amargura
Bendita a minha também.

Foto:Paul Dzik

Natal de longe



Natal! Natal!
A boca o diz,
A mão o escreve,
O coração já não sente.

Que a emoção,
Vibração
Das asas da fantasia
No voo do pensamento,
Deixou-se ficar parada
Só porque a noite está quente;
Só porque ser indolente
É como parar na estrada
E desistir da jornada,
Sem coragem de voltar
Pelo caminho tão rude!

Natal! Natal!

A doce força que tinha
Devorou-a a latitude.

Reinaldo Ferreira

Foto:G S t e v e

1 comentário:

Fatyly disse...

Natal será sempre um elo forte que une familares, amigos e desconhecidos. Quantos não estão completamente sós e esta quadra será mais uma a juntar a várias anuais? Mas...não...pelo menos nesta quadra coma sensibilidade à flor da pele há sempre alguém que nos estende a mão e diz: força.

Gostei destes posts e apesar do dia estar de trombas e vestido de negro, logo, logo a chuva abrirá de novo as cortinas para o sol poder espreitar.

Beijocas