sexta-feira, dezembro 14, 2007
Nada que seja
Nada que seja iluminado esta noite,
ilha remota, no esplendor do oceano,
nem o teu corpo alcantilado, sob as estrelas,
me tornará no mais ditoso ser humano.
Nem o teu rosto, imponderável, nas estrelas,
nem o terror, imprevisível, do engano,
nada que seja iluminado, nesta noite,
me tirará a condição de ser humano.
Nem o teu corpo, iluminado, nesta noite,
na profundeza alcantilada do oceano,
nem o vento transviado, o seu açoite,
extinguirá este terror de ser humano.
Manuel Filipe, in "Tempo de Cinza", pág.42, Apenas Livros
Foto:Andrzej Dragan
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3 comentários:
Um poema que reflecte um espírito perturbado e sofrido. Felizmente nunca senti o terror de ser humano, embora por vezes não faltarem razões!
Aquele abraço infernal!
Gosto muito do que ele escreve...a foto é uma maravilha. Excelente!!
Mais uma excelente escolha poética.
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