domingo, dezembro 30, 2007
No fim
Creio que não sobreviverás
à face cruel da lua.
Digo-te pelos lábios exangues,
pela dorida palidez da pele nua;
Pelos olhos, livres como espíritos:
-Negam-se a outros olhos;
Fogem para prados muito verdes
e só eles os podem suportar.
Fixam-se para lá de mim,
Trespassam-me como uma lágrima.
Sem estertores, o corpo tenso
estaria leve, liberto enfim.
Respiras?
Um fio cortado
frágil, cansado,
hora após hora.
Finas-te em areia.
O mundo desabava agora:
-Triunfante e desolada,
a morte tudo rodeia.
Manuel Filipe, in "Poemas de Manuel Filipe", pág.75, Edições do Autor
Foto:Miriana .
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Lindo.
Uma vez mais, que 2008 seja muitoi melhor que 2007.
Um beijo, Wind.
Incondicional admiradora do Poeta!!
Enviar um comentário