domingo, dezembro 23, 2007

Há que morrer no convés



Há que morrer no convés
Do seu previsto naufrágio.
Tremem-lhe as tábuas aos pés.
Cheira a presságio.

Negros augúrios com asas
Cruzam agoiros nos mastros.
Os ventos sabem a brasas.
Recusam-se astros.

Já o Piloto que rema
A proa dos embaraços,
Pressentiu que além da bruma
Esperam sargaços.

A agulha mentiu o norte,
Mas o Piloto sabia.
Quem busca as rotas da Morte
Não se desvia!
Não se desvia!

Reinaldo Ferreira

Foto:Piotr Kowalik

1 comentário:

Special K disse...

Mais um belo poema com mais uma bela imagem.
Bjks e Feliz Natal