sábado, dezembro 29, 2007
A rua dos Cataventos
Da vez primeira em que me assassinaram,
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.
Hoje, dos meu cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.
Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada!
Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arracar a luz sagrada!
Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!
Mario Quintana
Imagem daqui
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3 comentários:
Oh Mário Quintana por favor...deixa lá as "Aves da noite" e chama os pardalitos irrequietos mas alegres:)
Um pouco macabro mas gosto mas adorei.
Bjks
Tão de esperança triste...
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