Deponho
no processo do meu crime.
Sou testemunha
E réu
E vítima
E juiz
Juro
Que havia um muro,
E na face do muro uma palavra a giz.
MERDA! – lembro-me bem.
– Crianças......
– disse alguém que ia a passar.
Mas voltei novamente a soletar
O vocábulo indecente,
E de repente
Como quem adivinha,
Numa tristeza já de penitente
Vi que a letra era minha.....
Miguel Torga
daquiImagem
daqui
3 comentários:
Não conhecia este poema de Miguel e li vezes sem conta:) Gostei muito!
Beijocas e um resto de BOM DIA!
A letra também é minha...
que MARAVILHA ...
não conhecia este poema de Torga, poeta/escritor que tanto admiro ...
beijinhos
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