quarta-feira, janeiro 03, 2007
Elegia
Nem os dias longos me separam da tua imagem.
Abro-a no espelho de um céu monótono, ou
deixo que a tarde a prolongue no tédio dos
horizontes. O perfil cinzento da montanha,
para norte, e a linha azul do mar, a sul,
dão-lhe a moldura cujo centro se esvazia
quando, ao dizer o teu nome, a realidade do
som apaga a ilusão de um rosto. Então, desejo
o silêncio para que dele possas renascer,
sombra, e dessa presença possa abstrair a
tua memória.
Nuno Júdice
Foto:Oleg Seleznev
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5 comentários:
Com o entusiamo do outro comentário, esqueci-me completamente de te dizer quanto gostei desta elegia e da imagem que escolheste para a acompanhar :)
Ainda venho a tempo, acho.
Obrigado pelo destaque ao meu comentário. Creio que é um assunto a discutir.
Um beijo, Wind.
Delicado. Bom dia.
Wind, obrigada por teres postado o meu Sísifo. Obrigada ainda por me teres dado a conhecer tantos poetas e poemas que, doutra maneira, ter-se-iam mantido no limbo.
Um abraço
Nuno Júdice, sempre o prazer de ler.
Beijo e Bom Ano!
Maravilhosas palavras e uma excelente foto!! Adorei. Beijos.
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