sexta-feira, janeiro 12, 2007

Felídio



O dia se estanca.
Desce o infinito.
Na sombra do teu corpo
incrusto meu beijo.
Teu sorriso se ergue,
como um leão que matará
- ainda que se arrependa.
Estilhaços dos teus toques
espalham-se pelo meu corpo.
Teu olhar,
angústia cósmica,
parasita meus sonhos.
A mão,
enfim,
desata minha pele que foge.
Não se assuste com os silêncios:
todas as estrelas caíram.
Eis-me aqui,
a erguer colunas de sorrisos,
a correr pelo universo.
Os paraísos se destruíram.
Todas as pernas se abriram...
Ainda que tua boca me desafie
e que a noite jamais termine,
abraçar-me-ei em teu pescoço
pronta a partir.
Sei.
Teu nome é proibido.
Teu mundo é caos:
estás perdido em mim.
(a alma vagueia enquanto o corpo oscila)
Mesmo que nunca me ames
basta que existas,
basta que resistas.
Meu prazer é imortal.
Olhas como um gato prestes a miar.
No meio do ato
crava-se em meu seio como punhal.
Sobrevivi.

Agostina Akemi Sasaoka

Foto:Paul Bolk

5 comentários:

Maria Carvalho disse...

Além de ter adorado o poema, a fotografia é belíssima e combina às mil maravilhas com as palavras! As tuas frequentes boas escolhas! Bom fim de semana. Beijinhos.

Adolfino R. Aquino disse...

Que lindo poema!
Que foto linda!

A cada postagem sua, percebo que fica mais dificil não passar aqui todos os dias...

Um grande abraço.

MariaTuché disse...

Bom dia linda,

Espero que estejas bem e aproveito para te agradecer todo o carinho e força.

Não conhecia a autora, gostei do poema.

Um beijo enorme

Fatyly disse...

Não conhecia a autora e achei um poema impenetrável! Sinceramente não gostei e gostos não se discutem :):):):)

beijocas

Anónimo disse...

Perco-me por aqui a ouvir a música. Obrigado por me adicionares, ficas a conhecer os meus dois lados. Um abraço.