terça-feira, janeiro 23, 2007

" Eu Serei Esse Mar..."



Tenho ainda na boca o sabor de teus beijos
e nos olhos a morna luz de teu olhar,
- há em teu corpo alvoradas rubras de desejos
e rompantes de vagas livres sobre o mar...

Sabes bem que te adoro, eu o disse a tua boca
naquele instante longo a cheio de delicias,
e em minhas mãos provaste a ânsia incontida e louca
de uma declaração de amor a de carícias. . .

Consegui te alcançar em minhas mãos, - assim
como quem colhe um fruto entre as sombras dos ramos...
Toquei-te o corpo inteiro.. . a pensar que a sem fim
o incêndio que nos queima enquanto nos amamos!

Hás de ser uma praia branca ao meu enleio
nua, deitada ao sol, exposta ao mar a aos ventos,
- e eu serei esse vento de ternuras cheio!
e eu serei esse mar de desejos violentos!

Um do outro vamos ser, assim . . . divinizados
por um amor perfeito em comunhão com o céu,
- ver o céu a morrer em tens olhos parados
e a terra, aberta em flor, em teus lábios de mel. . .

Fundiremos no mesmo abraço o mesmo assomo,
dois num só - na infinita integração do amor,
tu, perfeita, eu perfeito, ambos perfeitos, como
a terra e o céu, o mar e a praia, o sol e a flor!

J. G . de Araujo Jorge

Foto:Sergey Ryzhkov

2 comentários:

Maria Carvalho disse...

Escrevi um poema que tinha um começo semelhante, logo senti-o forte ao lê-lo! Adorei!

Anónimo disse...

Se areal és.
Sou o teu mar.
E ao te abraçar.
Num cingir forte.
seremos um so recorte.
Em todas as marés.
beijões, ondas de: