Eu crescia para o Verão.
Para a água
antiquíssima da cal
Crescia violento e nu.
Podiam ver-me crescer
rente ao vento,
podiam ver-me em flor
exasperado e puro.
À beira do silêncio,
eu crescia para o ardor
calcinado dos cardos
e da sede.
Morre-se agora
entre contínuas chuvas,
os lábios só lembrados
de um Verão sobre outros lábios.
Eugénio de Andrade
Foto:Joris Van Daele
5 comentários:
Um poema belíssimo dum Poeta que gosto muito!!
Sempre! sempre! sempre!
Não me lembro de alguma vez ter lido este poema. Lindíssimo sem dúvida, obrigada pela partilha
Eugénio, uma das minhas grandes paixões. Líndissimo!
Beijos.
Uma das muitas maravilhas de Eugénio de Andrade.*****
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