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Já o real absorve a irrealidade,
porém que realidade é a da noite
só vivida em palavras? Em vão tento
criar uma sequência de momentos, de
tudo esvaziados, e se falho não sei
se é por obras, palavras ou imagens
Páro à porta da insónia, e no magro intervalo,
que se alarga depois, reaparece a casa: dentro
dela estou afinal, o estrago que me envolve
é igual ao que também não sei que mal
mortal fez no tecto do sono,
por onde agora entra a realidade.
Gastão Cruz
Foto:Michael Vahle
1 comentário:
Este poema quase que completa o meu 'insónia'!! Gostei.
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