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Finíssima amargura recatada,
que exasperadamente se contém
de gritos e lamentos mas devém
doçura tensa tão dialogada
que nas mesuras fica disfarçada
a dor de ser-se, que sabemos bem
não ser este sorriso mas além
a dura soledade condenada
à morte e à desgraça. Nada mais
que o esgar tranquilo, insólito e discreto
a despontar entre insistências tais
que é como triunfo de um rigor disperso
em salpicado som órfão de afecto,
morto do amor em que flutua imerso.
Jorge de Sena
Foto:Yuri B
2 comentários:
Belíssimo soneto de Jorge de Sena!
Imagem, como sempre, a condizer.
Não desistas!
Um beijo.
Maravilhosa escolha, Isabel! Jorge de Sena.
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