quinta-feira, janeiro 25, 2007
Ritmo desnudo
As pétalas de um corpo
são assim
Podem querer se dar
se desfolhar
De certo modo podem mesmo latejar
E ele vai ficando
um tanto mais safado
mais desnudo
E na vergonha
deixa de dizer que ainda fica
mudo
Por que ninguém queria ouvir
um grito seu
E vai perdendo aquele jeito
duro
um ar de estátua
sólido e salino
de planta seca mas vivaz
um certo ar mordaz
[ou ar divino]
De algo que encolheu
que foi fechando
que se rompeu num ritmo
perverso
escondendo de si mesmo
um próprio indesejado
verso
Que tocou desafinado
sem sentido
E assim permaneceu por muito
tempo
[um tempo infindo]
Sem ter pensado
ou procurado achar
perdão
Ou ainda tão somente ter
olhado
Se ainda tinha corda
aquele corpo
Solo virgem
[violão]
Eliana Mora
Foto:Stanmarek
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4 comentários:
Gostei imenso da foto. Não tanto do poema. Beijinhos.
Boa tarde Wind. Um bjinho.
violão feito corpo.
latejando sons.
em dueto cingido.
e o afinado grito.
de tom prolongado.
e de casta, cessar.
muitos sons...
Olá Wind, bela imagem, também gosto muito de Stanmarek, já reparei que ele passa muito por aqui. Um beijo.
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