sexta-feira, março 21, 2008

Shopping



Concreto torpor
dos corpos que se arrastam e respiram
o ar tantas vezes respirado.

Deslizam mãos cobiçosas que escolhem cores,
soltam-se odores,
brilham lampejos no olhar...
Zumbem murmúrios e vocábulos atirados.

Já não corpos, mas torrente coleante,
confluindo entre adornos e manjares,
a serpente multicor tudo incorpora
consumindo alegremente
devagar.

Manuel Filipe, in"Poemas de Manuel Filipe", pág.248, Edição de autor

Imagem daqui

4 comentários:

PintoRibeiro disse...

Bjinho Wind.

Paula Raposo disse...

Realista...eu odeio shoppings!!

papagueno disse...

O templo do consumismo.
beijos e boa Páscoa.

Fatyly disse...

Bem descrito! Fantástico!**