sábado, março 01, 2008
Matinas
Nesta espessa insónia persistente,
o ar frouxo no peito, em fole escasso,
persigo o fugidio, imponderável verso,
no abrupto alvorecer de quanto escrevo,
caligrafia com a qual desenho a noite.
Solta-se a roupa do corpo, que se queima,
e já não suporto talvez a própria pele,
fico então ardente e nu, frente ao poema,
que aos poucos ganha vida no papel,
gerando a sua própria essência pura.
Espero, assim, que o sol saia das águas,
porque nunca se viu tanta brancura.
Manuel Filipe, in"Tempo de Cinza", pág.46, Edição de Autor
Foto:Marcelo Maia
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4 comentários:
Wind,
Tens excelente gosto para a Poesia que nos vais dando a ler...
Já fui ver também as tuas fotografias no Words e gostei.
Beijinhos
Gostei imenso deste bocado que aqui estive a ler calmamente os posts novos, como sempre a Encandescente no seu melhor, a saborear a música do Cohen, a apreciar as fotos escolhidas. Depois fui ouvir ali o meu Santana:) e dei uma espreitada nas tuas fotos.
Primas pela qualidade, muito obrigado por estares desse lado e fiquei com a alma e olhos cheios.
Agora vou dormir.
Beijos garota e arriba, arriba
No comments ;)
Bjks
Mais um excelente poema do Manuel Filipe, de que tanto gosto. A foto está espantosa!
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