Concreto torpor
dos corpos que se arrastam e respiram
o ar tantas vezes respirado.
Deslizam mãos cobiçosas que escolhem cores,
soltam-se odores,
brilham lampejos no olhar...
Zumbem murmúrios e vocábulos atirados.
Já não corpos, mas torrente coleante,
confluindo entre adornos e manjares,
a serpente multicor tudo incorpora
consumindo alegremente
devagar.
Manuel Filipe, in"Poemas de Manuel Filipe", pág.248, Edição de autor
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daqui
4 comentários:
Bjinho Wind.
Realista...eu odeio shoppings!!
O templo do consumismo.
beijos e boa Páscoa.
Bem descrito! Fantástico!**
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