
Longos dias de sonho e de repouso...
Ócio e doçura... Sinto, nestes dias,
Meu corpo amolecer, voluptuoso,
Num desfalecimento de energias.
A ler o meu poeta doloroso
E a fumar, passo as horas fugidias.
Entre um cigarro e um verso vaporoso
Sou todo evocações e nostalgias.
Quando por tudo a claridade morre
E sobre as folhas do jardim doente
A tinta branca do luar escorre,
A minha alma, a mercê de velhas mágoas,
É um pássaro ferido mortalmente
Que vai sendo arrastado pelas águas.
Ribeiro Couto
Foto:Jose A Gallego
3 comentários:
Estava mesmo a precisar de me esquecer na doçura do ócio.
Beijos
Tão lindo soneto! Não conhecia.
Há que saber e aprender a não se deixar arrastar pelas águas...mas sim docemente ao sabor da corrente:)
Não conhecia!
Beijocas
Enviar um comentário