terça-feira, março 04, 2008

Poesias



Quando eu morrer
não me dêem rosas
mas ventos.

Quero as ânsias do mar
quero beber a espuma branca
duma onda a quebrar
e vogar.

Ah, a rosa dos ventos
a correrem na ponta dos meus dedos
a correrem, a correrem sem parar.
Onda sobre onda infinita como o mar
como o mar inquieto
num jeito
de nunca mais parar.

Por isso eu quero o mar.
Morrer, ficar quieto,
não.
Oh, sentir sempre no peito
o tumulto do mundo
da vida e de mim.

E eu e o mundo.
E a vida. Oh mar,
o meu coração
fica para ti.
Para ter a ilusão
de nunca mais parar.

Alexandre Dáskalos (Angola)

Foto:Wind

5 comentários:

Nilson Barcelli disse...

Não conhecia este poeta.
Mas gostei do poema. E da foto, a condizer.

Bom resto de semana, beijinhos.

peciscas disse...

Magnífica a tua foto, a ilustrar um belo poema.
Como tu, também gosto muito de fazer fotografia e também de poesia.

Paula Raposo disse...

Hoje chego aqui e oiço e vejo mar...que bom! A tua foto é linda. Beijos.

Fatyly disse...

A foto está lindaaaaaaaaaaa:)

Este poeta - médico veterinário, nasceu em 1922 no Huambo, antiga Nova Lisboa e morreu em 1991 no sanatório do Caramulo. Senão me engano há uma obra dele de 1975,mas hei-de vasculhar os livros da minha mãe a ver se o encontro.

Já agora...o apelido certo: Alexandre Dáskalos.
Tem uma filha Maria Alexandre Dáskalos, também ela uma grande poetisa e é casada com outro poeta António Barbeitos.

Não conhecia este poema e recordo-me apenas do "A Carta".

Um momento mágico:)

Beijocas

Su disse...

bela foto :) gostei do poema ....

jocas maradas sempre