Retrato ardente
No teu peito
é que o pólen do fogo
se junta à nascente,
alastra na sombra.
Nos teus flancos
é que a fonte começa
a ser rio de abelhas,
rumor de tigre.
Da cintura aos joelhos
é que a areia queima,
o sol é secreto,
cego o silêncio.
Deita-te comigo.
Ilumina meus vidros.
Entre lábios e lábios
toda a música é minha
Eugénio de Andrade
Foto:Paul Bolk
3 comentários:
Lindo este poema do Eugénio, acho que vou roubá-lo. Beijinho
Imagens lindas que o Eugénio de Andrade tão bem sabe descrever...um belo poema, como todos os dele.
e eu feito pólen
ji)
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