quinta-feira, março 08, 2007

À boca das areias, ardem quilhas insuspeitas



À boca das areias, ardem quilhas insuspeitas.
Uma tempestade amotina-me o brilho do olhar.
A cidade inunda-se de braços e, dentro de mim,
pernoita um marinheiro comprometido
com marés desmedidas.

Podia esquecer-te para sempre, não fora a vertigem
da tua sombra a cercar os meus olhos.

Graça Pires

Foto:Artur Sokołowski

9 comentários:

ivamarle disse...

belas palavras...quantas vezes achamos que queremos crescer e é então que notamos as amarras que criámos...

poetaeusou . . . disse...

*
á boca das areias brilham quilhas.
prontas a cortar as águas rumando.
feitos caminhos da vida....
bj)
*********

peciscas disse...

Infelizmente, o Dia da Mulher, é, ainda, quando o Homem quiser.
Mesmo assim, tenho lá uma rosa para ti.

Alien8 disse...

Um beijo pelo Dia Internacional da Mulher, Wind.

Maria Carvalho disse...

Pois é. Um poema sólido e duro...como a quilha. Beijos.

Mocho Falante disse...

Absolutamente arrebatador..adorei, linnndo

beijocas

Cristina disse...

"...Que ela não perca nunca, não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
Se Transforme em fera sem perder a sua graça de ave; e que exale sempre
O impossível perfume; e destile sempre
O embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto
Da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina
Do efémero; e em sua incalculável imperfeição
Constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação imunerável."

de Vinícius de Moraes

com um beijo meu :)

papagueno disse...

olá wind, esta noite tenho andado numa trabalheira. estou a mudar o Bairro do amor para aqui:
http://bairrodoamor2.blogspot.com/

Rosa Brava disse...

Graça Pires, tão bom revê-la!

Bjs ;)