sábado, março 10, 2007

Limites do amor



Condenado estou a te amar
nos meus limites
até que exausta e mais querendo
um amor total, livre das cercas,
te despeça de mim, sofrida,
na direção de outro amor
que pensas ser total e total será
nos seus limites da vida.

O amor não se mede
pela liberdade de se expor nas praças
e bares, em empecilho.
É claro que isto é bom e, às vezes,
sublime.
Mas se ama também de outra forma, incerta,
e este o mistério:

- ilimitado o amor às vezes se limita,
proibido é que o amor às vezes se liberta.

Affonso Romano de Sant'Anna

Foto:Lutz Behnke

3 comentários:

Maria Carvalho disse...

Quando li o título pensei que não, que não existe limite do amor, mas com o continuar da leitura, vi que, de facto, é isso mesmo! Gostei imenso deste poema que nunca tinha lido. Beijinhos, Isabel.

papagueno disse...

Gosto de amar sem limites. Um beijo

Fatyly disse...

Mais uma colectânea tão "beautiful"! Gostei de ler e um bom sábado!

Beijocas