terça-feira, março 27, 2007
Constância feminina
Agora já me amaste por um dia inteiro.
Amanhã, quando partires, o que dirás?
Irás antedatar algum voto mais recente?
Ou dizer que, agora,
Já não somos exactamente os mesmos de antes?
Ou que as juras, feitas por medo reverencial
Ao Amor e à sua ira, se podem renegar?
Ou, como veras mortes desligam veros casamentos,
À imagem destes, os contratos dos amantes
Unem só até que o sono, imagem da morte, os separe?
Para justificar teus próprios fins,
Tendo proposto mudança e falsidade, não terás tu
Outro meio senão a falsidade para seres sincera?
Lunática vã, contra tais evasivas eu poderia
Argumentar e ganhar, se quisesse,
O que me abstenho de fazer
Porque, amanhã, poderei vir a pensar como tu.
John Donne (tradução Helena Barbas)
Foto:Stanmarek
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3 comentários:
So para te mandar um abraco. Qto a pergunta que fazes abaixo nem sei o que te dizer quando soube fiquei perplexa, mais... sem palavras e sem vontade de voltar.
Wind
epa.....excelente poema.....excelente foto......excelente blog.....cada vez tenho mais gosto em ca vir-te visitar!!!
:)
Uma beijoca miuda!
Belíssimo poema!
Gostei muito.
Bjs
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