quinta-feira, dezembro 27, 2007

Súplica



Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

Miguel Torga

Foto:Rakesh Syal

6 comentários:

Fresquinha disse...

Boas Festas !

Jacinta Dantas disse...

Que lindo poema. Já entrei sem pedir licença e digo que gostei de todos os espaços pelos quais percorri. E o mar...sempre ele, inspirador,

Jacinta

Paula Raposo disse...

Um belo poema de Torga! Beijos.

Isabel Filipe disse...

Um belo poema, que ainda não tinha lindo.

Querida Isabel,

desejo que o ano que está prestes a iniciar, te traga aquilo que mais desejas.

beijinhos e a minha amizade

Fatyly disse...

Dessa água salgada nunca mais quererei provar. A foto é excepcional!

Beijos

Su disse...

aiaiaiai..confesso...levo.o gentil.mente

jocas maradas..muitas