sexta-feira, dezembro 14, 2007

Há estas memórias



Há estas memórias
de gata doente,
as persianas sujas
e pequenas manchas de sangue
no espelho do lavatório.
A mulher depositada
diante de uma enorme janela
que dá para a rua de baixo,
a tele prisão
e luzes intermitentes
que chegam e levam uma sombra.
Há a pequena poeta nua
com todos os seus defeitos quotidianos,
alugando a sua morte
a um possível fantasma
que a espera.
Há a margem da sombra
no seu ponto intransigente
e desenhado na porta
um pêndulo imparável
de rebelião que não se consegue.
Se não fosse por te conhecer
haveria um fio de navalha no chão
ou uma forca pendurada no horror.

Alejandra Castro(Tradução de Alberto Augusto Miranda)

Visto no Palavras D'Ouro

Foto:Oleg Seleznev

1 comentário:

Paula Raposo disse...

Não gosto deste ritmo...ou destas palavras.