sábado, outubro 28, 2006
Valsinha
Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto convidou-a pra rodar
Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda a cidade enfim se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz.
Vinícius de Moraes/Chico Buarque
Imagem retirada daqui
PS:Este poema já aqui foi editado, mas hoje deu-me uma saudade:)
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7 comentários:
E essa canção, música, poema, hino, é liiiindo!
fiquei assim....( bem, como musico ´não posso ficar)...!
bjs ternos
EM CONTRA MÃO !!!
Quem foi que Disse.
Que o amor é Tolice.
Não é Não.
Sensação.......
In: Martinho da Villa.
poetaeusou(amplificador)
Um voltear que acaba lindamente...em paz!
Gostei do poema. Mas "trouxe-me à memória" um outro poema de Viriato da Cruz (poeta Angolano) imortalizado na voz e na musica de Sérgio Godinho:
Mandei-lhe uma carta em papel perfumado
e com letra bonita eu disse ela tinha
um sorrir luminoso tão quente e gaiato
como o sol de Novembro brincando
de artista nas acácias floridas
espalhando diamantes na fímbria do mar
e dando calor ao sumo das mangas
Sua pele macia - era sumaúma...
Sua pele macia, da cor do jambo, cheirando a rosas
sua pele macia guardava as doçuras do corpo rijo
tão rijo e tão doce - como o maboque...
Seus seios, laranjas - laranjas do Loje
seus dentes... - marfim...
Mandei-lhe essa carta
e ela disse que não.
Mandei-lhe um cartão
que o amigo Maninho tipografou:
"Por ti sofre o meu coração"
Num canto - SIM, noutro canto - NÃO
E ela o canto do NÃO dobrou
Mandei-lhe um recado pela Zefa do Sete
pedindo, rogando de joelhos no chão
pela Senhora do Cabo, pela Santa Ifigenia,
me desse a ventura do seu namoro...
E ela disse que não.
Levei á Avo Chica, quimbanda de fama
a areia da marca que o seu pé deixou
para que fizesse um feitiço forte e seguro
que nela nascesse um amor como o meu...
E o feitiço falhou.
Esperei-a de tarde, á porta da fabrica,
ofertei-lhe um colar e um anel e um broche,
paguei-lhe doces na calçada da Missão,
ficamos num banco do largo da Estátua,
afaguei-lhe as mãos...
falei-lhe de amor... e ela disse que não.
Andei barbudo, sujo e descalço,
como um mona-ngamba.
Procuraram por mim
"-Não viu...(ai, não viu...?) não viu Benjamim?"
E perdido me deram no morro da Samba.
Para me distrair
levaram-me ao baile do Sô Januario
mas ela lá estava num canto a rir
contando o meu caso
as moças mais lindas do Bairro Operário.
Tocaram uma rumba - dancei com ela
e num passo maluco voamos na sala
qual uma estrela riscando o céu!
E a malta gritou: "Aí Benjamim !"
Olhei-a nos olhos - sorriu para mim
pedi-lhe um beijo - e ela disse que sim.
Um resto de bom Sábado
Estes senhores fazem destas coisas lindas.
Grandes escolhas ou de eu gosto!
beijo
M
Olá, Isabel!
Eu juraria que este poema está convertido em canção.
Continuas a esmerar-te na selecção dos poemas que colocas on-line.
Eu já aprendi: quando quero escolher um para recitar nas Noites de Poesia de Vermoim (ou moro mesmo na freguesia de Vermoim) venho aqui escolher.
Obrigado pela tua visita.
Ainda vais ter muita surpresas na (blogo)novela.
Vai tendo paciência e elas aparecerão.
Beijinhos
O blog de voces é muito bom.
As imagens perfeitas, os textos especiais.
Gosto de um trabalho bem feito!
Mande seu link para mim.
Vou coloca-las no meu blog.
beijo
Prince
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