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A noite descia
como um cortinado
sobre a erva fria
do campo orvalhado.
e eu (fauno em vertigem)
a rondar em torno
do teu corpo virgem,
sonolento e morno,
pensava no lasso
tombar do desejo;
em breve, o cansaço
do último beijo...
E no modo como
sentir menos fácil
o maduro pomo
do teu corpo grácil:
ou sem lhe tocar
– de tanto o querer! –
ficar a olhar,
até o esquecer,
ou como por entre
reflexos do lago,
roçar-lhe no ventre
luarento afago;
perpassando os meus
nos teus lábios húmidos,
meu peito nos teus
brancos
seios
túmidos...
Carlos Queirós
Foto:Stanmarek
3 comentários:
Mais uma feliz harmonização entre texto e foto.
Da foto apetece o texto e do texto apetece a foto!
Lindo poema de Carlos Queirós. Pena que apesar de ser conviva da maior parte dos poetas da revista Orpheu, e colaborador assíduo da revista "presença", nunca tenha tido o destaque que inegavelmente mereceria.
bjs e uma boa noite de Hallowenn.
belo poema. excelente a foto
jocas maradas
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