terça-feira, outubro 17, 2006
Soneto da Lua
Por que tens, por que tens olhos escuros
E mãos lânguidas, loucas, e sem fim
Quem és, quem és tu, não eu, e estás em mim
Impuro, como o bem que está nos puros ?
Que paixão fez-te os lábios tão maduros
Num rosto como o teu criança assim
Quem te criou tão boa para o ruim
E tão fatal para os meus versos duros?
Fugaz, com que direito tens-me pressa
A alma, que por ti soluça nua
E não és Tatiana e nem Teresa:
E és tão pouco a mulher que anda na rua
Vagabunda, patética e indefesa
Ó minha branca e pequenina lua!
Vinícius de Moraes
Foto:Tecum
PS:Hoje dedico este post à Tecum. É a artista poetisa da fotografia:)
Sei que Vinícius não é de todo o teu poeta preferido, mas minha amiga, tive de arranjar algo para a tua belíssima foto e sei que gostas tanto da Lua e do Sol como eu:-)
A nossa amizade é muito sui generis: conhecemo-nos há quase três anos, (eras tu a Adesse, nome pelo qual te trato), nunca nos encontrámos, não nos falamos por telefone, mas praticamente todos os dias, nos correspondemos por mail:)
E assim se construíu uma amizade com provas dadas e que muito agradeço:)
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4 comentários:
Pois eu gosto do Vinícius, poeta e diplomata, o branco mais negro do Brasil, Saravá!
Do Vinicius poeta, do Vinicius compositor, do Vinicius bon-vivant, cantando de copo de uísque na mão, sorrindo ao Toquinho e à Nara, que também já partiu.
E gosto de te ver de volta, eu, que de volta também estou.
Um beijo, Wind.
Vinícius não será o preferido, não senhora, Wind, mas antes mesmo de saber ler já amava a poesia, dizem-me.
Obrigada, virtual amiga virtual.
;=)** A.
Belo poema. Dedicatória mais que merecida.
Gosto muito de Vinícius da Lua e do Sol e gostei mais ainda de ver-te com garra. De facto há amizades que se constroem dessa maneira.
Beijos wind e parabéns pelo escolha do poema para esta bela foto de Tecum (um abraço).
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