segunda-feira, outubro 23, 2006
poemas para a amiga (Fragmento 1)
Tu sempre foste una
e sempre foste minha,
ainda quando a cor e a forma tua se fundiam
com outra forma e cor que tu não tinhas.
Por isto é que te falo de umas coisas
que não lembras
nem nunca lembrarias
de tais coisas entre mim e ti
ainda quando tu não me sabias
e dividida em outras te mostravas
e assim dispersa me ouvias.
Tu sempre foste uma
ainda quando o corpo teu
com outro corpo a sós se punha,
pois o que me tinhas a dar
a outro nunca o deste
e nunca o doarias.
Por isto é que te sinto
com tanta intimidade
e te possuo com tanta singeleza
desde quando recém vinda
ostentavas nos teus olhos grande espanto
de quem não compreendia
a antiguidade desse amor que em mim fluía.
Affonso Romano de Santa'Anna
Foto:~triss (Dobrochna Babijew), retirado daqui
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4 comentários:
Wind,
Excelente, a foto da "Madrugada de Alfama", como o poema do David Mourão-Ferreira. E a foto que acompamha o poema da Cecília Meireles. E o búzio do Lorca... e tudo o mais.
Por isso, os meus Parabéns pelos dois anos do teu Web Club, e que continues a a proporcionar-nos estes textos e estas imagens tão especiais, agora na companhia da Jacky.
Um beijo.
Bonito poema.
Estive a ler os "atrasados", pois já há dias que cá não vinha, e gostei muito do teu poema "Ele".
Pelo ritmo dos posts já estarás completamente recuperada. Que bom...
Boa semana.
Beijos.
Continuo encantadamente lendo!
Sem palavras...um poema mais que lindo! Beijos.
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