sábado, fevereiro 02, 2008

Soneto da fidelidade



De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa (me) dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinícius de Moraes

3 comentários:

Gi disse...

Não faz muito tempo que andei à procura de "material" de vinicius e dei com este vídeo. Foi bom recordá-lo .5 ***** :)

beijinho e bom fim de semana

papagueno disse...

e é mesmo o amor enquanto dura é infinito.
Bjks

Paula Raposo disse...

Sempre sublime Vinicius!!!