Os Vampiros
No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas pela noite calada
Vêm em bandos com pés veludo
Chupar o sangue fresco da manada
Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada [bis]
A toda a parte chegam os vampiros
Poisam nos prédios poisam nas calçadas
Trazem no ventre despojos antigos
Mas nada os prende às vidas acabadas
São os mordomos do universo todo
Senhores à força mandadores sem lei
Enchem as tulhas bebem vinho novo
Dançam a ronda no pinhal do rei
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada
No chão do medo tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos na noite abafada
Jazem nos fossos vítimas dum credo
E não se esgota o sangue da manada
Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhe franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada
Zeca Afonso
Imagem do Kaos
4 comentários:
Olá, Isabel!
A 23 de Fevereiro de 1917 nasceu o meu pai.
No mesmo dia de 1991 faleceu a mãe dele que nascera em 1894.
Isto não te interessa nada mas foi o que primeiro me ocorreu, como é natural.
Beijinhos
Sempre actual!!!!!!!!
Será que ele também já pensava no governo do Sócrates quando escreveu a música?
Enquanto houver políticos como os da nossa praça o Zeca nunca deixará de ser actual.
bjks
É sempre especial recordarmos o Zeca! A tendência é ser quando é a data que é...mas pronto.
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