domingo, fevereiro 24, 2008

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Plena mulher, maçã carnal, lua quente,
espesso aroma de algas, lodo e luz pisados,
que obscura claridade se abre entre tuas colunas?
que antiga noite o homem toca com seus sentidos?
Ai, amar é uma viagem com água e com estrelas,
com ar opresso e bruscas tempestades de farinha:
amar é um combate de relâmpagos e dois corpos
por um só mel derrotados.
Beijo a beijo percorro teu pequeno infinito,
tuas margens, teus rios, teus povoados pequenos,
e o fogo genital transformado em delícia
corre pelos tênues caminhos do sangue
até precipitar-se como um cravo noturno,
até ser e não ser senão na sombra de um raio.

Pablo Neruda

Foto:Elena & Vitaly Vasilieva

4 comentários:

Cadinho RoCo disse...

Ao amor versos acalorados por tudo aquilo que em em nós induz seduz sentimento de entrega.
Cadinho RoCo

Lola disse...

Wind

Neruda sempre!

O Lola já abriu. Vai lá ver.

Beijinho

Paula Raposo disse...

A extravasar de sensualidade...

papagueno disse...

Deliciosa a maneira como se sente a sensualidade nas palavras de Neruda.
Simplesmente lindo!
Bjks