segunda-feira, fevereiro 18, 2008
Neste silêncio...
Olhando nos meus, teus olhos gritavam:
diz, diz que me amas, diz da paixão
que sentes por mim...
Tremendo em silêncio, teus lábios diziam:
beija-me, deixa-me beber teu amor,
passear no teu corpo, fazer-te gozar...
Teus seios eretos, ansiando diziam:
somos teus, para sempre,
suga-nos e bebe nosso sumo de amor!
E à noite, teu corpo tremendo, pedia:
vem e me toma, guarda-te e morre
dentro de mim!
Teu sexo húmido, ansiando, chorava:
vem, te prometo prazeres sem fim,
vem meu amor e renasce em mim!
E eu, surdo da vida e surdo do amor,
não ouvia os teus gritos teu desejo por mim...
E quando o tédio infame, afinal tomou conta
e o descaso doído nos fez companhia,
afinal nossa hora chegou...
E sem gritos nem choros,
sem amor e sem ódios,
sem eu o saber,
levaste minha vida.
E hoje, no imenso vazio,
de um silêncio sem fim,
eu ouço teus gritos
que antes não ouvia...
Artur Ferreira
Foto:Mehmet Alci
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9 comentários:
Ola, andei pelo site de vcs e adicionei ele ao meu blog de poesias.
http://franciscolibanio.blogspot.com/
sucesso
Francisco
Intenso!
E eu, surdo da vida e surdo do amor,
não ouvia os teus gritos teu desejo por mim...
...............
Só se ouve, sente, ama-se quando se perde! Não conhecia! Fantástico!**
Simplesmente lindo!
bjks
é isso mesmo, como diz a Fatly, sempre a mesma merda, acrescento eu, espero que não leves a mal.
Lindo! De uma simbologia profunda.
Gostei muito.
Beijos.
Respondi ao teu desafio.
Porque este até tem uma certa piada.
Absolutamente fantástico este poema, que não conhecia!!
poema e imagens arrebatadoras
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