sábado, outubro 27, 2007

Rebeldia ( manifesto contra o imperativo não categórico)



Odeio o uso do modo imperativo.
Se me dizem, cala-te!, eu canto.
Se me dizem esconde-te!, eu exponho-me.
Quando me ordenam que me vista, me desnudo.
Se me mandam expor, vou pró meu canto.
Quando me querem falante, eu sou muda.
Se me fazem gritar, eu silencio.
Se me tentam excitar eu fico queda,
Se me querem gelada, fico em cio.

Sou égua de raça pura e alma leda,
Crinas ao vento e ventas de fome,
À espera de um jokey que me dome.

Quem julga que me domou, bem se engana.
Que eu só sonho... na minha própria cama.

Maria Seixas

Foto:Yuri Bonder

4 comentários:

andorinha disse...

Adorei o poema porque adoro a rebeldia:)
Beijos.

Paula Raposo disse...

Farei minhas estas palavras, com a devida autorizaçao. Detesto que me dêem ordens obsoletas e estúpidas...beijos.

António disse...

Olá!
Está baril, este poema.

Beijinhos

Fatyly disse...

Esta é cá das minhas:))))
Fantástico e não conhecia! A foto é espectacular!

Beijos