Aponto o dedo para a Lua,
e a luz branca escorre, lenta,
pelo escuro.
No Tejo uma falua,
desgarrada,
que, condenada,
foge do próprio futuro.
Nem uma nuvem tolda o meu presente,
que desliza, inconsciente,
para o nada.
O silêncio é a verdade nua e crua.
Algures, morre o passado,
e eu estou ausente.
Com o dedo apontado para a Lua.
Manuel Filipe, in "Tempo de Cinza", pág.51, Apenas Livros
Foto:Leszek Scholz
4 comentários:
Beijinho hindyado
Muito belo! As palavras sempre certas no momento certo...
Tão linda esta lua. Mais um belo poema do Manuel Filipe.
Beijinhos
É de facto um belo poema e não podias ter escolhida melhor ilustração:)
Beijos
Enviar um comentário