quinta-feira, outubro 11, 2007

Dedo apontado



Aponto o dedo para a Lua,
e a luz branca escorre, lenta,
pelo escuro.
No Tejo uma falua,
desgarrada,
que, condenada,
foge do próprio futuro.
Nem uma nuvem tolda o meu presente,
que desliza, inconsciente,
para o nada.
O silêncio é a verdade nua e crua.
Algures, morre o passado,
e eu estou ausente.
Com o dedo apontado para a Lua.

Manuel Filipe, in "Tempo de Cinza", pág.51, Apenas Livros

Foto:Leszek Scholz

4 comentários:

Hindy disse...

Beijinho hindyado

Paula Raposo disse...

Muito belo! As palavras sempre certas no momento certo...

papagueno disse...

Tão linda esta lua. Mais um belo poema do Manuel Filipe.
Beijinhos

Fatyly disse...

É de facto um belo poema e não podias ter escolhida melhor ilustração:)

Beijos