Nunca soube
se era azul
o azul dos teus olhos
E sendo azul
se era o azul do céu
ou era o mar
Sempre soube
o oceano inteiro
nos teus olhos
Em lágrimas de sal
e risos de marfim
recheados de pérolas
Nunca soube
se era azul
o azul dos teus olhos
Sempre soube
o teu voo de águia
sobre as águas
O teu corpo como carpa
a saltitar feliz
no meio da corrente
Nunca soube a razão
do teu adeus
a rebentar nas ondas
Olhos nos olhos
eu e tu sabemos
as palavras em falta
Como gotas a escorrer
de mágoas numa caverna
que nos corta a alma
Nunca soube
se era azul
o azul dos teus olhos
O oceano inteiro
do teu voo de gaivota
a beijar a brisa
Nunca soube
se era azul
o azul dos teus olhos
E sempre soube
o teu lugar de pássaro
é no céu
Luís Graça visto no Palavras d'Ouro
Foto:Lucy Hollis
6 comentários:
não conhecia nem o poema nem poeta. tão simples e tão belo.
gostei
beijinhos
Sublime poema! Porque se eu escrevesse poderia tê-lo escrito em dado momento, em que não sabia se o azul dos olhos era azul de céu ou de mar, mas que sei agora, ser o seu lugar de pássaro no céu...um dos poemas mais belos que já li. Beijinhos, Isabel.
Lindo!
Estou todo arrepiadinho!
Abraço
Jorge
http://vagabundices.wordpress.com/
*
do teu voo de gaivota
*
ji
*
E é afinal a minha cor de eleição! Azul da cor do Céu; como gosto de o olhar e deixar-me voar em pensamento por entre nuvens; e viajar a lugares e momentos ansiados... :))
Um belo poema, que desconhecia, bem como o seu autor! Obrigada por o nos dares a conhecer, rapariga! :))
Bjs!
"E sempre soube
o teu lugar de pássaro
é no céu"
Adorei o poema mas principalmente estes últimos versos.
Beijinho hindyado
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