quinta-feira, dezembro 07, 2006
Jogo
Eu, sabendo que te amo
E como as coisas do amor são difíceis
Preparo em silêncio a mesa
do jogo, estendo as peças
sobre o tabuleiro, disponho os lugares
necessários para que tudo
comece: as cadeiras
uma em frente da outra, embora saiba
que as mãos não se podem tocar,
e que para além das dificuldades,
hesitações, recuos
ou avanços possíveis, só os olhos
transportam, talvez, uma hipótese
de entendimento. É então que chegas,
e como se um vento do norte
entrasse por uma janela aberta,
o jogo inteiro voa pelos ares,
o frio enche-te os olhos de lágrimas,
e empurras-me para dentro, onde
o fogo consome o que resta
do nosso quebra-cabeças.
Nuno Júdice
Foto:Paul Bolk
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3 comentários:
Adorei o poema, a espontaneidade do desejo e do amor. A foto é espectacular e tão sugestiva!:)
Um beijinho.
Perfeito o poema!! Lindíssima a foto. Obrigada pelas palavras no meu espaço. Beijos.
bela escolhaaaaaaaaaa
adorei
jocas maradas
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