quinta-feira, dezembro 21, 2006
Extravio de noites #4
O corpo está tomado de véus
que são cortes profundos na pele
e são taças de um desastre
no bosque de teus sonhos:
o corpo folheado com seus recortes de gozo
e estamparias laminadas que são rabiscos
na pedra esboçada em teu ventre
e pentelhos de fogo como árvores que se exibem
ante um derrame de vozes:
o corpo onde estavas quando a noite
entoava ventanias e um olho a descoberto
engolia toda a paisagem imaginada:
o corpo em ruínas que se estreitam
a recompor vertigens que são nomes inscritos
em aves rochosas que se chamam coxas
e um tropel de vultos ao passar de páginas de teu corpo:
por noites te chamo mascando nomes
como um dilema febril a confundir imagens
como credenciais a evocar rasgos
que anunciam a tormenta da restauração:
o corpo se refazendo a cada anúncio do fim.
Floriano Martins
Foto:Stanmarek
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9 comentários:
Bela imagem!
Beijinhos :o)
Um beijo.
Magnifica esta imagem, e o texto tb.
beijinho querida Wind :)
Vim deixar-te um Abraço e desejar-te um Feliz Natal, em paz e serenidade.
Um abraço carinhoso ;)
Gostei de ler estes dois poemas de Floriano Martins. Sensuais. Beijos para ti. Tudo de bom.
Sempre belas as tuas escolhas!
Vim ler-te e deixar-te um abraço de que tenhas um Feliz Natal, com todo o Amor e Carinho a que tens direito.
Um abraço carinhoso ;)
Bonita escolha Wind, como sempre!
Vou-me, embalada pela música e a pensar como seria ter também um Natal Branco. Bom dia :O)
O corpo tudo encarna... o princípio e o fim!
O corpo fala em silêncio! Este gostei muito!
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