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Lábios
que encontram outros lábios
num meio de caminho, como peregrinos
interrompendo a devoção, nem pobres
nem sábios numa embriaguez sem vinho:
que silêncio os entontece quando
de súbito se tocam e, cegos ainda,
procuram a saída que o olhar esquece
num murmúrio de vagos segredos?
É de tarde, na melancolia turva
dos poentes, ouvindo um tocar de sinos
escorrer sob o azul dos céus quentes,
que essa imagem desce de agosto, ou
setembro, e se enrola sem desgosto
no chão obscuro desse amor que lembro.
Nuno Júdice
Foto:Haleh Bryan
3 comentários:
Olá Wind, regressando aos poucos à bllogosfera passei só para deixar um beijinho e também agradecer o apoio.
Um relembrar marcante. Gostei muito!
Beijos
Sensual! Lindo!
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