Ninguém meu amor
ninguém como nós conhece o sol
Podem utilizá-lo nos espelhos
apagar com ele
os barcos de papel dos nossos lagos
podem obrigá-lo a parar
à entrada das casas mais baixas
podem ainda fazer
com que a noite gravite
hoje do mesmo lado
Mas ninguém meu amor
ninguém como nós conhece o sol
Até que o sol degole
o horizonte em que um a um
nos deitam
vendando-nos os olhos
Sebastião Alba
Foto:
José Marafona
1 comentário:
Gosto muito deste poema. Só há uns anos é que li a biografia de Dinis Carneiro Gonçalves-pseudónimo Sebastião Alba, nascido em Braga, viveu em Moçambique, retorna a Portugal. Durante uns vinte anos foi um sem-abrigo e morreu atropelado na sua terra Natal.
Tenho pena que ainda não tenham publicado os inúmeros papeis que deixou a um amigo.
Beijocas
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