domingo, janeiro 13, 2008

Cidade solidão



Escrevo da solidão edifício
Porque é a que conheço.
Da solidão da cidade pressa,
Da cidade rostos de pedra,
Da cidade multidão.
Escrevo da solidão que se constrói,
Que se ergue e edifica.
De janelas que se fecham,
De portas que se aferrolham,
De casas, casulos, redomas,
Onde habita a solidão.
Escrevo da solidão estrada,
Da solidão asfaltada,
Da solidão passadeira.
Sinal verde sem esperança,
De avenidas multidão.
De luzes que à noite se acendem,
De rostos que à noite se apagam,
De olhos que à noite se fecham,
Dos sonhos que a cidade mata.

Encandescente, in"Bestiário",pág.16, Edições Polvo

Foto:Manuel Holgado

2 comentários:

Su disse...

só.....


jocas maradas

Fatyly disse...

A solidão das grandes cidades e como gosto tanto desta poetisa!

Beijocas