A angústia cola-se ao corpo
Como se fosse pele.
E o corpo torna-se errante,
Erróneo e estrangeiro.
As horas arrastam-se,
E o tempo é certeza
Que vivendo o dia,
Não o vivi inteiro.
Há a vontade da partida,
De despir a angústia,
De abandonar o corpo.
E voltar a um tempo que não me lembro.
Ou partir,
E esquecer quem fui.
Encandescente, in"Bestiário", pág.26, Edições Polvo
Foto:
Elena Vasilieva
3 comentários:
Ás vezes, é assim.
A angústia parece ser uma segunda pele.
A nossa Encandescente, continua a saber dizer as coisas.
E a rotina nos mata um pouco, lentamente...
E custa a despir a pele da angústia. Como sempre bem ilustrado.
Bjks
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