sábado, maio 26, 2007

Passemos, tu e eu, devagarinho



Passemos, tu e eu, devagarinho,
Sem ruído, sem quase movimento,
Tão mansos que a poeira do caminho
A pisemos sem dor e sem tormento.

Que os nossos corações, num torvelinho
De folhas arrastadas pelo vento,
Saibam beber o precioso vinho,
A rara embriaguez deste momento.

E se a tarde vier, deixá-la vir
E se a noite quiser, pode cobrir
Triunfalmente o céu de nuvens calmas

De costas para o Sol, então veremos
Fundir-se as duas sombras que tivemos
Numa só sombra, como as nossas almas.

Reinaldo Ferreira

Foto:Anna.Edyta Przybysz

6 comentários:

Paula Raposo disse...

Um dos poemas que gosto de Reinaldo Ferreira.

papagueno disse...

outro lindo poema para começar o fim de semana.
beijinhos

Fatyly disse...

A plenitude do prazer e bem estar.
Gostei muito!
Beijos

Nilson Barcelli disse...

Um bom poema de um bom poeta.
Boa escolha, uma vez mais.
Bom fim-de-semana.
Beijinhos.

hfm disse...

Leio e releio.

PintoRibeiro disse...

Bom fim de semana Isabel. Desculpa lá os comentários...lololol...pouco tempo e davam uma trabalheira.
Bjinho dos 3.