sexta-feira, maio 11, 2007

Sabíamos do mar sem o sabermos



Sabíamos do mar sem o sabermos,
do mar dos mapas, da cor azul do mar,
dos naufrágios no mar,
do sol solto no mar.

Sabíamos do mar sem o sentirmos
nos poros dilatados pelo mar,
o verdejante mar escalando as montanhas
tão bruscas como o sal.

Sabíamos do mar em sinuosos sinos
assinalando a noite
com corações arrepiados,
abertos como mãos
sulcadas de cabelos e molhadas
de rugas e escamas.

Sabíamos do mar em signos, símbolos,
tropos e metáforas.
Sabíamos do mar?
Sabíamos o mar.
Sabíamos a mar

António Rebordão Navarro

Foto:Zacarias Pereira da Mata

4 comentários:

poetaeusou . . . disse...

/
Sabíamos do mar?
/
bj
/

Papo-seco disse...

NUNCA, na minha já longa vida, apaguei qualquer comentário, que, fosse quem fosse, emitisse.

Muito menos o faria contigo

Maria Carvalho disse...

O sabor doce deste sal de mar permanece...beijos.

papagueno disse...

Ai o mar! Que saudades de estar perto dele, tenho que tirar um diazito para ir até à beira mar passear e dar um mergulho.
Lindo o poema e a foto.