quinta-feira, maio 17, 2007

Esta até faz doer!-Cultura sempre a cultura



*April 29th, 2007 *

**

*João Bonifácio entrevista Camané, para o suplemento Ípsilon, do Público.*

*O fadista Camané decidiu fazer um espectáculo, interpretando canções de
Jacques Brel, Aznavour e Sinatra, entre outros. *

*De Brel, Camané interpretou “Ne Me Quittes Pas”.*

*Recordo parte da letra dessa magnífica canção: *

*/”Laisse-moi devenir/ L’ombre de ton ombre/ L’ombre de ta main/L’ombre
de ton chien” /***

*Comenta João Bonifácio: /”É das canções de amor mais desesperadas que
já alguém escreveu: «Deixa-me ser o ombro do teu cão?» /*

*Camané acrescenta: /«Ele queria ser o ombro do cão dela porque queria
estar ao pé dela, não queria que ela o deixasse. E nessa fase da canção
existe o desespero: nem que seja uma mosca à tua volta, o ombro do teu
cão, qualquer coisa, mas que eu possa estar ao pé de ti.» /*

*O ombro do teu cão?!*

*Quer dizer: nem o jornalista Bonifácio nem o fadista Camané sabem que
“ombre” significa “sombra”!*

*Desse modo, os versos /«deixa-me ser a sombra da tua sombra/ a sombra
da tua mão/ a sombra do teu cão», /transformaram-se em /«deixa-me ser o
ombro do teu ombro/ o ombro da tua mão, o ombro do teu cão»./*

*Repito: o ombro do teu cão?!*

*O jornalista Bonifácio não fez o trabalho de casa, não percebe patavina
de francês, não consultou o dicionário e - pior! - não achou estranho
que Brel, com aquela sua interpretação sofrida e pungente, estivesse a
dizer uma patetice tão grande, como /«deixa-me ser o ombro do teu cão»./*

*Por seu lado, o fadista Camané, interpreta uma canção sem se preocupar
muito com o que está a cantar; para ele, tanto lhe faz estar a cantar um
poema soberbo, como um chorrilho de asneiras. Para ele, é tudo chinês
(ou francês, tanto dá?) *

*Já agora, por que não traduzir “Ne Me Quittes Pas” por “Não Me lixes,
Pá!”?*

Imagem daqui

PS:Recebido por email e desconheço o autor. Se alguém souber agradeço que escreva nos comentários, por favor.

5 comentários:

PintoRibeiro disse...

Li sobre isso. Vou procurar na papelada. De arrepiar, sim.

Fatyly disse...

Realmente dá para rir e se for verdade, porque leio por vezes o público online e não li essa.

Enfim!

Special K disse...

Eu acomapnhei esta polémica no próprio jornal, li a entrevista e li depois o protesto, se bem me lembro na página do provedor do Público. Realmente foi um lamentável e inadmíssivel erro de tradução que induziu em erro o próprio entrevistado.

Paula Raposo disse...

Ainda não tinha lido isso! De bradar aos céus!! Santa ignorância!

Fábula disse...

ahahah! demais. ;)