sexta-feira, julho 20, 2007
Soneto a duas mãos
A mão que me sustenta e eu sustento
é mão capaz das vinte e cinco linhas
e do selado azul de um requerimento
ou doutras diligências comesinhas...
Habituada por secretarias,
esperta, decidiu de um grave acento,
a vírgulas guindou torpes cedilhas
e mastigou papel, seu alimento...
Contraiu calos, revoltou-se às vezes,
contra certos despachos, tão soezes
que até o dedo auricular se ria...
Com dois dedos de aumento se curvava
e logo, altiva, à esquerda se mostrava... Agora?
Estão as duas na poesia...
Alexandre O'Neill
Imagem:Escher
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4 comentários:
"Agora?"..que soneto tão verdadeiro.
Li todos os posts e continuas magnífica nas tuas escolhas. Obrigado por poder ler poesia tão bela.
Agora vou ao trabalhinho, hoje é um dia descabelado eh eh eh:)
Beijos
Bom fim de semana, bjinho, Isabel.
Alexandre O'Neill um GRANDE POETA!!
Grata por o partilhares, neste magnifico soneto.
VIm saber notícias da tua Mãe. Espero que esteja melhor.
Um abraço carinhoso e tudo de BOM.
gosteiiiiiiiiiiiiii
jocas maradas
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