segunda-feira, novembro 13, 2006

Poemas para a amiga (Fragmento 5)



Tanto mais eu te contemplo
tanto mais eu me absorvo
e me extasio

Como te explicar
o que em teu corpo eu sinto,
o que em teus olhos vejo,
quando nua nos meus braços
no meus olhos nua,
de novo eu te procuro
e no teu corpo vou-me achar?

Como te explicar
se em teu corpo eu me eternizo
e de onde e como
sendo eu pequeno e frágil
pelo amor me dualizo?

Tanto mais eu te possuo
tanto mais te tornas bela,
tanto mais me torno eu puro.

E à força de tanto contemplar-te
e de querer-te tanto,
já pressinto que em mim mesmo
eu não me tenho,
mas de meu ser, ora vazio,
pouco a pouco fui mudando
para o teu ser de graça cheio.

Affonso Romano de Sant'Anna

Foto:Joris Van Daele

7 comentários:

Maria_Oliveira disse...

Duplamente lindo. Beijos

www.remoinhos.blogspot.com

mfc disse...

Um doce dum poema!

Fatyly disse...

Tão sensível e melodioso! Gosto muito deste poema!

JPD disse...

Poema muito bonito, cheio de volúpia e adequadamente ilustrado.
Bjs

Alien8 disse...

Boa semana, Wind.
Um beijo.

António disse...

Querida Isabel!
Uma nova mão cheia de bons poemas.
Então andaste a procurar quem eram as personagens...e eu tinha explicado no comentário.
Desculpa!
Mas não podia escrever aquilo na face.
Ficava mal!

Beijinhos para ti

Anónimo disse...

Mais uma escolha perfeita!! Beijinhos.