quinta-feira, novembro 02, 2006

A pele e o vento



Quando a madrugada vem
e o Vento sopra
a pele em poesia desabrocha
dizendo nua os versos de
arrepios.

E se o Vento sopra sussurrante
como uma brisa morna estremecendo
os pêlos
a Pele, que é poesia,
mergulha em desvarios
e canta para a lua seus versos
de delírios
e espera suplicante o toque
redentor.

(até que o vento, em sopros
de amor
se deita sobre a Pele
e suas mãos segura.)

então a Pele, agora em loucura
sente os cabelos longos do Vento
lhe fazerem cócegas; ouve os
sussurros do Vento em suas costas
sente sobre si o peso do desejo

e cândida, rende-se;
lânguida, deita-se;
ávida, molha-se;

sente nas costas o peso
do Vento
e treme;
agita-se;
inunda-se;
e sonha;

tem dentro de si o corpo
do Vento
e tranca-se;
e move-se;
e geme;
e goza
(grávida, imensa, grata, plena);

quando a madrugada vem
e o Vento sopra
a Pele em poesia desabrocha
e a vida inteira fica
diferente.

Nálu Nogueira

Foto:Sanmarek

5 comentários:

Anónimo disse...

Ola wind,

excelente poema, excelente fotografia!
Vim deixar besso de bom fim de semana!
;)

Hindy disse...

Um apelo à sensibilidade, ao toque do vento na pele...

Um beijinho "hindyado"! :o)

Anónimo disse...

A pele... tocar-lhe, sentir-lhe o cheiro, senti-la...através do afago de uma mão!
Não há melhor meio de saborear o outro!

Maria Carvalho disse...

Gostei muito deste poema, todo ele sensualidade!! Beijos.

Claudinha ੴ disse...

Olá Wind e Jack, hoje eu postei sobre o vento e, como sempre faço, linkei em meu título um texto que ache maravilhoso e que tenha a ver com o que falo. Um texto que eu gostaria de ter escrito. Assim, encontrei este belíssimo poema postado por Wind e me apaixonei por ele. Gostei muito daqui e da sensibilidade do seu espaço. Beijos para as duas.