Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Florbela Espanca
Foto:zet_ka aa(Zet)
5 comentários:
Obrigado por me recordares este belíssimo soneto.
Um beijo, Wind.
Ai não vou não, podes esperar sentada ohhhh Espanca, apesar deste não ser dos mais triste:):):)
Beijocas
É sempre bom ver a Florbela por aqui espero que te comeces a render à poesia desta senhora. Este é sem dúvida um dos seus melhores momentos. Beijinhos
Só me foi possível a esta hora, princípio da noite.
Tivesse eu adivinhado que a recepção me era aguardada com este belíssimo poema, teria estado aqui sem jantar.
Bjs
Adoro!
Beijinho hindyado
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